Os empregos em ‘segurança’ estão a acabar
Os empregos em segurança estão prestes a desaparecer. Segurança aqui entendida como o setor de atividade dos guardas noturnos, guardas, soldados, espiões, polícias e afins. Exércitos, polícia, empresas de segurança e suas dependências empregam milhões de pessoas por todo o mundo, exercendo vastas quantidades de poder e influência sobre a sociedade e o mundo natural. No entanto, e apesar disso, estão condenadas. Porquê? Porque as pessoas querem ser felizes e, à beira do colapso societal, estão a começar a compreender que a sua felicidade está ligada à de todas as outras pessoas e que esse estado de espírito é tão melhor que o sempre presente medo, incerteza e isolamento. Pessoas felizes tendem a ser fraternas, cooperativas e empáticas (e a sua felicidade reforçada por estes comportamentos), que a longo prazo significa deixar de haver necessidade de “seguranças”, tal como os conhecemos hoje. Muita da violência, guerra e conflito no mundo atual provém da simples necessidade de manter estas estruturas de “segurança”, mergulhadas numa mentalidade bélica, em desconfiança e noções distorcidas do que significa segurança para a maior parte das pessoas.
Mas o que poderá fazer uma mega-entidade especializada em segurança, que emprega dezenas de milhar de pessoas (tomemos como exemplo o Exército dos Estados Unidos), quando as pessoas parecem ter-se esquecido da sua importância e significado no passado e simplesmente já não a valorizam tanto (ou sequer)? Tenta sobreviver. E isso poderá significar recorrer a métodos radicais e pouco convencionais, como por exemplo instigar secretamente o conflito ou dar apoio a entidades ou ações que conduzem à escassez, desigualdade e medo entre as pessoas (que são poderosos rastilhos para despoletar conflito e violência). Será este o seu mantra em termos de estratégia de sobrevivência. Mas há boas notícias! Dentro em breve teremos o rendimento básico incondicional (RBI). Não sendo uma novidade em si mesmo, aparece agora com força renovada, tenazmente ligada aos valores da paz, igualdade e liberdade. Liberdade para ser feliz, para reclamar a justa parte do que deveriam ser recursos partilhados, para se conectar mais profundamente com outros seres humanos e com o mundo natural. O RBI, para além de ajudar à libertação de milhões de pessoas da escravatura direta ou indireta, também proporciona uma oportunidade dourada para as pessoas agarradas ao negócio da “segurança” o abandonarem, agora que os seus corações já não se alinham com os seus papéis associados. Com menos massa crítica, reduzidos incentivos e menos pessoas conflituosas a andar por aí, as entidades especializadas em segurança irão terminar.
Agora, não estou a afirmar que pessoas inocentes que trabalham nestas entidades merecem ser despejadas e morrer na miséria – a ideia é protegê-las desse colapso através de políticas como o RBI, permitindo-lhes começar a fazer as coisas em que realmente acreditam, nas suas vidas. Em todo o caso, as transformações que já estão em curso irão tornar estas entidades obsoletas, pelo que os empregos correspondentes estão condenados, o que constitui – se novas políticas progressistas forem implementadas, como o RBI – excelentes notícias.
André Coelho
Engenheiro / engineer: Ecoperfil, Sistemas Urbanos Sustentáveis Lda.
Músico / musician: Contaminado, MPex
Ativista / activist: RBI Portugal (+ blog RBI), Architects and Engineers for 9/11 Truth, Basic Income News